Cenários experimentais: efeito sobre a emoção e o comportamento pró-social
Ronaldo Pilati
Universidade de Brasília
Resumo
Emoções antecedentes ao comportamento pró-social são influenciadas pela forma como os eventos são
interpretados. Estudos têm demonstrado que a atribuição de incontrolabilidade do comportamento de
alguém está associada à produção de estados afetivos de simpatia ou pena. Esta asserção teórica tem sido
corroborada por meio do uso de cenários de simulação experimental. O objetivo deste estudo é avaliar o efeito
que a variação dos cenários, como a proximidade social do protagonista e as normas sociais subjacentes ao
cenário, possuem sobre a relação atribuição-ajuda. Foi desenvolvido um estudo com 24 cenários do qual
participaram 547 estudantes universitários. Os resultados indicaram que, independentemente do cenário,
a percepção de incontrolabilidade levou a emoções simpáticas (ou de compaixão) que, por sua vez, estão
associadas a uma maior intenção de ajuda. Além disto, cenários que emulam normas de reciprocidade estão
associados à maior intenção de ajuda.
Palavras-Chave: comportamento pró-social; simpatia; simulação experimental
Abstract
Experimental simulations: effect over emotions and prosocial behavior. Prosocial behavior emotions
are influenced by how events are interpreted. Studies have shown that the attribution of incontrolabitily
to one’s behavior is associated with the production of sympathy emotions. This theoretical assertion has
been corroborated with experimental scenarios. This study aimed to evaluate the effect of variations of the
scenarios, such as the social proximity of the protagonist and social norms have over prosocial behavior
intentions. An experimental study with 24 scenarios was conducted and 547 university students took part.
The results indicate that regardless of the scenario content perceived misfortune leads to sympathy or pity
emotions which, in turn, are associated with greater helping intention. Reciprocity norm scenarios were
associated with greater helping intentions.
Keywords: prosocial behavior; sympathy; experimental simulation
O estudo do comportamento pró-social continua sendo
foco de atenção da pesquisa em psicologia social
desde a década de 1960. Atualmente os psicólogos
sociais têm se interessado em avançar a pesquisa sobre os
múltiplos fatores que determinam este tipo de conduta humana,
considerando aspectos de diversos níveis de análise como seus
antecedentes. A compreensão teórica destes antecedentes auxilia
no desenvolvimento de políticas públicas e ações planejadas
para produzir uma vida melhor em sociedade, proporcionando
maior civilidade e cooperação nas relações sociais. Publicações
recentes demonstram este interesse, procurando sistematizar
o conhecimento já produzido sobre os antecedentes e
consequentes do comportamento pró-social, bem como avançar
na compreensão teórica do fenômeno (Mikulincer & Shaver,
2010; Stürmer & Snyder, 2010a).
Um dos processos relevantes para a compreensão das
emoções simpáticas antecedentes do comportamento pró-social
está alicerçada no modelo teórico da atribuição-emoção-ajuda. A
influência dos processos cognitivos de atribuição de causalidade
tem sido estudada em psicologia social como um dos fatores
antecedentes da produção de estados afetivos motivacionais da
conduta pró-social. Este trabalho tem como objetivo testar a
influência da variação de conteúdos de cenários experimentais
(por exemplo, nível de proximidade social do protagonista do
cenário com o participante da pesquisa (por exemplo observador)
e padrões de conduta – normas sociais – esperados nas situações
emuladas nos cenários) na relação mediada de cognição-emoçãointenção
de ajuda. A pesquisa que testou o modelo atribuiçãoemoção-
ajuda foi realizada por meio de um cenário experimental
que emula uma situação de empréstimo de anotações de sala
de aula, típico do ambiente universitário. A proposta deste
trabalho é diversificar os cenários experimentais, como forma
de contribuir para o teste do modelo teórico, variando o tema
e a situação dos cenários, mas mantendo a manipulação das
variáveis independentes (por exemplo, controlabilidade da
situação por parte do protagonista do cenário e custo pessoal
Estudos de Psicologia, 16(2), maio-agosto/2011, 163-170
164
da ajuda). Desta forma, espera-se produzir evidências de que
o processo psicológico preconizado pelo modelo também seja
observado em cenários de simulação experimental diferentes
daquele utilizado na pesquisa prévia.
O conjunto de antecedentes do comportamento prósocial
é bastante abrangente e recentemente a literatura da
área tem buscado compreendê-los em termos de múltiplos
níveis, considerando antecedentes do micronível, mesonível e
macronível de análise (Dovidio, Piliavin, Schroeder, & Penner,
2006; Penner, Dovidio, Piliavin, & Schroeder, 2005). A pesquisa
no micro e mesonível tem sido intensa nos últimos anos,
considerando, por exemplo, fatores evolutivos para a produção
de empatia (de Waal, 2008; Sampaio, Camino, & Roazzi, 2009),
o funcionamento do cérebro em estados emocionais em situações
de conduta pró-social (Hein & Singer, 2010) ou os fatores
situacionais como desencadeadores de estados emocionais
antecedentes do comportamento pró-social (Batson, van Lange,
Ahmad, & Lishner, 2003). Os aspectos emocionais têm sido
investigados como um conjunto relevante de antecedentes do
comportamento pró-social no micronível e no mesonível de
análise. O presente trabalho foca-se no estudo dos aspectos
situacionais, relativos ao mesonível de análise, desencadeadores
de estados emocionais antecedentes da conduta pró-social.
No concernente à discussão conceitual sobre tais estados
emocionais vale a apresentação de conceitos correlatos ao
que foi testado no presente estudo. O mais pronunciado dos
conceitos neste segmento é, provavelmente, a empatia. Não
existe, propriamente, uma definição consensual de empatia em
psicologia social, muitas vezes ocorrendo sobreposições com
conceitos correlatos, como simpatia e compaixão (Sampaio
et al., 2009). Por exemplo, Batson (2010), em sua hipótese da
empatia-altruísmo, define como conceito central a preocupação
empática (empathic concern) que é definida como “uma resposta
emocional dirigida à outra pessoa eliciada por e congruente
com o bem estar percebido de uma pessoa em necessidade”
(p. 20). O autor argumenta que a preocupação empática inclui
sentimentos de simpatia, compaixão e ternura e, portanto, não
deve ser confundida com a habilidade cognitiva de perceber
corretamente o estado emocional interno de outra pessoa. A
definição de preocupação empática coloca o estado emocional
claramente como uma resposta a um estímulo social situacional.
Esta definição, fruto de uma linha de mais de três décadas de
investigação do referido autor, é bastante coerente com uma
perspectiva situacionalista de estudos do comportamento
pró-social, algo recorrente na literatura de psicologia social e
classificado como pertencente a antecedentes do mesonível de
análise (Penner et al., 2005).
Por outro lado a empatia pode ser definida como um traço ou
habilidade com característica de estabilidade, fruto, por exemplo,
do desenvolvimento psicológico de um indivíduo. Eisenberg
(2010) define empatia como “uma resposta afetiva decorrente
da apreensão ou compreensão do estado ou condição emocional
de outra pessoa” (p. 130). Esta concepção mais disposicional
da empatia tem sido largamente empregada na pesquisa sobre
o fenômeno e, usualmente, tem sido operacionalizada por meio
de inventários e escalas psicométricas para a mensuração do
construto (Falcone et al., 2008; Koller, Camino, & Ribeiro,
2001). Não há motivos para se negar que respostas emocionais
situacionais tenham relação com traços disposicionais e,
certamente, traços empáticos têm uma influência significativa na
reação emocional decorrente da busca por redução da angústia
pessoal (personal distress) ou de sentimentos de simpatia. De
qualquer sorte, não é objetivo do presente trabalho propor
soluções conceituais para a rede de conceitos relacionados às
emoções ou sentimentos antecedentes do comportamento prósocial,
muito menos testar um modelo de moderação de traços
disposicionais e fatores situacionais como antecedentes do
comportamento pró-social. O presente estudo tão somente se
propõe a avaliar o efeito de fatores situacionais sobre a relação
entre emoções simpáticas e a intenção de ajuda.
O presente trabalho repousa sobre uma tradição de
estudos do comportamento pró-social na psicologia social que
busca compreender os antecedentes situacionais de estados
emocionais, mais especificamente alicerçado nas teorias de
atribuição de causalidade (Dela-Coleta & Dela-Coleta, 2006;
Weiner, 1995), como um aporte para se compreender como
este processo promove sentimentos de simpatia que motivam
o comportamento pró-social. Neste sentido concebe-se que as
emoções antecedentes, manipuladas e mensuradas no presente
trabalho, dizem respeito a sentimentos de simpatia ou compaixão
da pessoa que necessita de ajuda. Conforme preconizado pelo
modelo teórico em tela (Weiner, 1995) o processo de julgamento
de responsabilidade está associado à produção de sentimentos
que funcionam como motivações para o comportamento prósocial.
Estas emoções são claramente circunscritas ao que, na
literatura de psicologia social, tem sido nomeada de simpatia,
aproximando-se da conceituação proposta por Batson (2010)
para a preocupação empática. Portanto, não se trata de um traço
ou disposição empática, mas sim de um estado afetivo provocado
por um fator situacional.
Os processos de mediação cognitiva sobre os estados
emocionais antecedentes do comportamento pró-social têm
sido investigados na literatura de psicologia social ao menos
desde a década de 1970. Um modelo influente na literatura
sobre a relação entre cognição-emoção-ajuda foi apresentado
por Weiner (1980, 1995). Neste modelo o processo de atribuição
de causalidade funciona como um mecanismo que aciona a
reação emocional motivadora do comportamento. O autor
postula que quando um observador percebe que a pessoa em
necessidade de ajuda possui controle sobre a situação que a levou
à solicitação, a intenção de ajuda é menor. Isso ocorre porque este
observador tem reações afetivas de culpabilização da vítima e
desidentificação, já que o solicitante da ajuda poderia ter evitado
chegar àquela situação. Por outro lado, quando a percepção é
de impossibilidade de controle, ou seja, de que o solicitante não
teve como evitar chegar à situação que o levou a pedir auxílio, a
intenção de ajuda do observador é maior, porque esta percepção
levaria à geração de sentimentos de simpatia e compaixão com o
solicitante. Para testar sua elaboração teórica, Weiner realizou um
estudo de simulação experimental com estudantes universitários,
no qual as emoções foram mensuradas e a atribuição de controle
manipulada em cenários experimentais. Weiner apresentou
evidências de que o grau de controle da situação, atribuída pelo
observador ao comportamento do solicitante, medeia o tipo de
R. Pilati
165
reação emocional, que por sua vez está associada ao aumento
da probabilidade em ajudar. O modelo teórico testado pelo autor
recebeu suporte empírico de estudos posteriores (Betancourt,
1990; Reisenzein, 1986; Rodrigues & Assmar, 2003; Schmidt
& Weiner, 1988). Entretanto, apesar das evidências favoráveis,
o que se nota é que o tipo de cenário experimental utilizado
para o teste do modelo é consideravelmente restrito, focado em
situações corriqueiras no ambiente universitário. Como forma
de ampliar o teste deste modelo teórico o presente trabalho visa
ampliar as situações e características dos cenários, expandindo-os
para além do ambiente universitário e manipulando elementos de
normas e proximidade social do protagonista do cenário com o
observador (por exemplo, participante da pesquisa). Desta forma
espera-se ampliar a compreensão do modelo teórico e testar se
o mesmo funciona da forma preconizada também em diferentes
situações sociais emuladas.
A literatura de psicologia social tem apontado que o
custo pessoal em ajudar é outro fator antecedente relevante do
comportamento pró-social (Batson, 1998; Batson et al., 2003;
Dovidio & Penner, 2001). Neste sentido a inserção de variações
do custo pessoal em cenários experimentais é um elemento
relevante para a criação de cenários mais aproximados a uma
situação real de comportamento, emulando fatores relevantes
para o processo de tomada de decisões. Em geral a hipótese do
custo pessoal é que quanto maior for este menor a chance de
ajuda (Batson, 1998). Esta variável apresentou efeito interativo
significativo com a variação da atribuição de responsabilidade
do comportamento do indivíduo protagonista em cenários de
simulação experimental, tendo a hipótese do custo pessoal
recebido apoio empírico (Pilati, Leão, Vieira, & Fonseca, 2008).
Uma questão importante suscitada pelos estudos que
buscaram a evidência desta relação de mediação atribuiçãoemoção-
ajuda diz respeito à estratégia metodológica de
simulações experimentais (Weiner, 1980). O conteúdo do cenário
e o tipo de situação eliciada podem ser fatores relevantes para a
determinação da intenção de ajuda. Alguns dos fatores que podem
exercer influência sobre a relação hipotetizada pelo modelo de
Weiner dizem respeito, por exemplo, ao nível de proximidade do
participante de quem solicita ajuda (por exemplo, um amigo ou
um desconhecido em uma fila) e as normas sociais indicadoras de
como se comportar em determinadas situações sociais emuladas
nos cenários experimentais.
Sobre a proximidade social do solicitante da ajuda em
relação ao observador, a literatura de psicologia social tem
demonstrado sistematicamente que a forma como os indivíduos
categorizam aqueles com os quais entram em contato é
importante na decisão em ajudar (Stürmer & Snyder, 2010a;
Stürmer, Snyder, Krop, & Siem, 2006; Stürmer, Snyder, &
Omoto, 2005). A pesquisa sistemática tem demonstrado que
existe um favoritismo do endogrupo, o que levaria a se supor
que um cenário em que o indivíduo que demanda ajuda tem
proximidade com o participante eliciaria maior intenção de ajuda.
Com esta suposição, cenários que apresentam uma pessoa mais
próxima (um amigo, parente ou indivíduo que pertença a um
mesmo grupo de categorização social) levariam o participante
a avaliar como mais provável a intenção de ajudar o solicitante.
A literatura de psicologia social tem demonstrado que as
normas sociais são indutoras importantes de comportamento
em diferentes contextos experimentais (Aarts, Dijkesterhuis,
& Custers, 2003; Cialdini, Reno, & Kallgren, 1990; Macrae &
Johnston, 1998), seja por sua ativação automática ou controlada.
As normas sociais também são antecedentes relevantes do
comportamento pró-social (Dovidio et al., 2006; Moser &
Corroyer, 2001) e a geração de cenários experimentais que
suscitam padrões diferentes de normas sociais podem exercer um
efeito relevante sobre as predições do modelo de Weiner (1980,
1995). Tipicamente o cenário utilizado para o teste do modelo
atribuição-emoção-ajuda utiliza uma situação de coleguismo de
estudantes de graduação, o que invoca aspectos específicos da
norma da reciprocidade. Supõe-se que a variação deste elemento,
utilizando-se cenários mais próximos do círculo familiar do
participante da pesquisa ou outro que esteja associada à relação
com um estranho que usa um serviço público, podem estar
associados a diferentes padrões de intenção de ajuda.
Diante do conjunto de antecedentes do comportamento
pró-social e da escassez de estudos empíricos que utilizem
cenários experimentais variados, isto é, que busquem avaliar a
proximidade social do protagonista do cenário com o observador
(por exemplo, participante da pesquisa) para o teste do modelo
de Weiner (1980), faz-se necessário o desenvolvimento de
um estudo que busque variar conteúdos dos cenários. Esta
variação dos cenários considera os seguintes elementos: (1) a
categorização social do indivíduo que solicita ajuda, tornando-o
mais próximo ou distante do observado; e (2) situações sociais
diversas que emulem diferentes normas sociais (fila de cartório,
amizade com intimidade). Desta forma é possível testar
diferencialmente o grau de estabilidade das predições teóricas
do modelo atribuição-emoção-ajuda.
Método
Para se alcançar os objetivos descritos, foi utilizado um
estudo de simulação quase-experimental de cenários com
delineamento fatorial 4 (Temas: anotações, teatro, fila e aula) x
2 (atribuição: controlabilidade e incontrolabilidade) x 3 (custo:
baixo, médio e alto). Considera-se este estudo como quaseexperimental
por não haver garantia de designação aleatória
dos participantes para cada uma das condições experimentais
(Shadish, Cook, & Campbell, 2002).
Participantes
Participaram do estudo 547 estudantes universitários (64,5%
mulheres), convidados a participar voluntariamente em salas de
aula de instituições de ensino superior do Distrito Federal. Suas
idades variaram entre 16 e 60 anos com média de 23,7 anos (DP
= 7,6). A mediana da renda familiar mensal foi de R$5.500,00 e
a renda média relatada pelos participantes foi de R$15.581,41
(DP = 139.099,90).
Instrumentos
O instrumento utilizado foi um questionário de uma folha,
frente e verso. Este era composto por quatro partes. A primeira
continha explicações gerais sobre o projeto de pesquisa e sobre
Cenários experimentais em comportamento pró-socia
166
o grupo responsável pelo mesmo e o consentimento apresentado
e informado, pelo participante, oralmente. A segunda parte
continha o texto com a apresentação do cenário experimental
e instruções de que o participante deveria considerar apenas as
informações contidas na situação apresentada para responder as
questões da pesquisa.
A terceira parte do questionário continha: (a) a medida da
variável dependente, intenção de ajuda, feita em uma pergunta
associada a uma escala Likert com 11 pontos ancorada em 0
(certeza de não ajudar) e 10 (certeza de ajudar); (b) dez questões
para checagem da manipulação experimental e mensuração da
percepção de controle e sentimentos de simpatia em relação
ao sujeito do cenário. Estas questões estavam associadas a
uma escala Likert ancorada em sete pontos de concordância.
A última parte do questionário era composta por indicadores
de caracterização sociodemográfica: sexo, idade, escolaridade
e renda mensal. O instrumento e o procedimento experimental
foram submetidos a uma validação semântica e a um teste piloto.
Análises fatoriais indicaram que os itens de atribuição de causa
ao comportamento se agregaram em um único fator com cargas
fatoriais variando de 0,62 a 0,82 e bom índice de consistência
interna (α = 0,83). Compôs esse fator os itens “O seu colega não
é responsável pela situação na qual se encontra; O seu colega
é responsável pela situação na qual se encontra; A necessidade
de seu colega pedir ajuda surgiu por uma razão externa a ele;
A necessidade de seu colega pedir ajuda surgiu por uma razão
interna a ele”. Os itens de emoções desencadeadas pela situação
se agregaram em um fator com cargas variando entre 0,37 e 0,91
e índice de consistência interna aceitável (α = 0,65). Compôs
esse fator os itens “Você sente irritação em relação ao seu colega
que lhe pede ajuda; Você sente raiva do seu colega que lhe pede
ajuda; Você sente simpatia em relação ao seu colega que lhe
pede ajuda”.
Procedimentos
A coleta foi realizada em grupos de alunos nas salas de aula,
com a anuência do professor responsável. Após a distribuição
de um questionário para cada participante, garantindo equilíbrio
de participantes em cada condição experimental, foi feita
uma apresentação da pesquisa, que consistia em apresentar o
aplicador, o grupo responsável pela pesquisa, o tema e o objetivo
do estudo. Estas informações estavam padronizadas, descritas
na primeira seção do questionário de pesquisa. O instrumento
era apresentado, enfatizando-se que este consistia em frente e
verso e que a leitura atenta da história era essencial. Em média os
participantes levaram 15 minutos para responder o questionário.
Os cenários criados para este estudo foram adaptados do
estudo de Weiner (1980), que trabalhou com apenas um tema
de cenário (por exemplo, anotações). Foram elaborados cenários
que buscaram manipular o nível de proximidade do solicitante
da ajuda e as normas sociais da situação apresentada. A primeira
parte dos cenários de um mesmo tema era idêntica, e a variação
das outras duas variáveis independentes (VI) foi realizada por
meio da diferenciação do desfecho da situação apresentada. O
cenário para o tema anotações foi o seguinte:
Suponha que um colega de sua turma lhe procura e pede suas
anotações das aulas da última semana para copiá-las, com o
objetivo de preparar-se para a próxima prova.
Finalizações da VI atribuição:
Diz que não anotou nada porque estava viajando a lazer durante
a semana anterior.
Diz que não anotou nada na última semana porque estava com
uma infecção no olho que lhe impedia de ler as informações
anotadas no quadro pelo professor.
Finalizações da VI custo:
Ele diz que só vai gastar dez minutos para lhe devolver as folhas.
Ele diz que só poderá lhe devolver as anotações três dias antes
da prova.
Ele diz que só poderá lhe devolver as anotações no dia da prova.
O cenário para o tema teatro foi o seguinte:
Suponha que você encontra um amigo na entrada do teatro. Ele
pede R$ 100,00 emprestados para comprar um novo ingresso.
Finalizações da VI atribuição:
Seu amigo explica que teve a carteira roubada, com o ingresso,
cartões e dinheiro enquanto estava a caminho do teatro. Ele lhe
diz que devolverá o dinheiro assim que possível.
Seu amigo explica que deixou a carteira em casa, com o ingresso
e dinheiro, quando saiu para o teatro. Ele lhe diz que devolverá
o dinheiro assim que possível.
Finalizações da VI custo:
Você tem R$120,00 em sua carteira e poderia emprestar o
dinheiro sem prejuízos para você.
Você tem R$120,00 em sua carteira e planejou sair para jantar
após o teatro.
Você tem R$120,00 em sua carteira e não tem mais dinheiro
para a semana.
O cenário para o tema fila foi o seguinte:
Suponha que você está na fila do cartório, às 8:50, aguardando
o número de sua senha chegar e você é o próximo. Um rapaz
se aproxima e lhe pede para trocar de senhas com ele. Para a
senha dele há 10 pessoas na frente.
Finalizações da VI atribuição:
Ele justifica que precisa realizar a autenticação até às 9:00 e que
chegou atrasado porque perdeu a hora de se levantar.
Ele justifica que precisa autenticar um documento até às 9:00
e que chegou atrasado porque os ônibus entraram em greve.
Finalizações da VI custo:
Você tem tempo disponível.
Você tem um compromisso importante e não pode se atrasar.
Você estacionou em local proibido e está com medo de ser
multado.
R. Pilati
167
O cenário para o tema aula foi o seguinte:
Suponha que um casal de amigos lhe peça para dar uma aula
particular de matemática para o filho deles hoje à noite, porque
amanhã ele terá prova. Você tem os conhecimentos necessários
em matemática.
Finalizações da VI atribuição:
Eles justificam que marcaram de ir ao cinema e por isso não
podem ajudar o filho.
Eles justificam que não entendem a matéria, e por isso não
podem ajudar o filho.
Finalizações da VI custo:
Você tem tempo disponível.
Para ajudá-lo você deixará de assistir a um filme no cinema,
que havia programado anteriormente.
Para ajudá-lo você deixará de ir à festa de aniversário de sua
mãe.
Do total de participantes 181 responderam cenários do tema
anotações, 102 do tema teatro, 135 do tema fila e 129 do tema
aula. O número de participantes em cada condição experimental
foi equitativo para todos os temas de cenários. Foi realizada
análise exploratória para adequação dos dados aos pressupostos
do modelo linear geral (Hair, Anderson, Tatham, & Black, 2005;
Tabachnick & Fidell, 2001). Os dados foram analisados por meio
de ANOVA univariada de múltiplas vias e análise de trajetória. A
análise de trajetórias foi realizada com o programa AMOS 7.0,
utilizando-se o estimador da máxima verossimilhança (MLE)
para o cálculo dos coeficientes de regressão do modelo de
mediação. O projeto foi submetido e aprovado por um Comitê
de Ética em Pesquisa.
Resultados
Os dados descritivos em relação a todas as condições
experimentais e seus respectivos níveis de agregação são
apresentados na Tabela 1.
Como pode ser observado na Tabela 1 houve diferença
em relação à intenção de ajuda quando comparados os temas
dos cenários [F(3, 527) = 10,97; p ≤ 0,001], sendo que os
participantes do tema anotações tiveram maior intenção de ajuda.
Em relação à variável atribuição também foi observada diferença
significativa [F(1, 529) = 17,88; p ≤ 0,001] com maior média
para o grupo de percepção de incontrolabilidade. Os participantes
Tabela 1
Médias e desvios-padrão (parênteses) da variável dependente ajuda para cada uma das condições
experimentais do estudo
ATRIBUIÇÃO CUSTO TEMAS
Incontrolabilidade 6,6* (2,8) Baixo 7,7* (2,5) Anotações Teatro Fila Aula
Controlabilidade 5,5* (3,4) Médio 5,9* (2,9) 6,7* (3,2) 6,7* (2,4) 5,1* (3,1) 5,6* (3,3)
Alto 4,6* (3,2)
Incontrolabilidade Baixo 9,0 (1,8) 6,9 (2,2) 6,2 (2,9) 8,0 (2,2)
Médio 7,1 (2,1) 7,1 (2,1) 5,2 (3,1) 7,3 (2,3)
Alto 5,9 (3,2) 6,4 (2,4) 5,1 (3,1) 4,3 (2,1)
Controlabilidade Baixo 8,6 (2,2) 7,6 (2,4) 6,8 (2,6) 7,7 (2,7)
Médio 6,0 (2,7) 5,5 (2,9) 3,8 (3,2) 4,7 (2,9)
Alto 3,5 (3,2) 6,6 (2,3) 3,8 (3,0) 2,1 (3,1)
* p 0,001
do grupo de custo baixo tenderam a informar maior intenção de
ajuda [F(2, 528) = 50,05; p ≤ 0,001].
Quando considerada a interação entre as VIs, não se
observou efeito interativo entre o tema e a atribuição [F(3, 527)
= 1,75; ns], o que indica que o conteúdo do tema não exerce
um efeito relevante sobre a percepção de incontrolabilidade
dos sujeitos, pois em todos os casos aqueles na condição
de incontrolabilidade tenderam a ajudar mais. Em relação à
interação entre o tema e o custo foi observada uma diferença
significativa [F(6, 524) = 38,07; p ≤ 0,001], indicando que
um custo mais baixo nem sempre esteve associado a maior
intenção de ajuda. As variáveis independentes explicaram 28%
da variabilidade da intenção de ajuda.
A mediação atribuição, emoções e ajuda foi testada por
meio de análise de trajetórias, considerando os temas como
variáveis moderadoras. A Figura 1 apresenta o modelo pictórico
da análise de trajetórias. Portanto, esta análise foi feita para
cada subamostra dos temas. O tema anotações (CFI = 0,93; NFI
= 0,91) obteve os melhores indicadores de ajuste do modelo
de mediação. Os temas fila (CFI = 0,90; NFI = 0,87) e teatro
(CFI = 0,90; NFI = 0,86) obtiveram índices baixos de ajuste.
O tema aula (CFI = 0,68; NFI = 0,68) obteve índices ruins. Os
coeficientes de regressão seguiram, conforme hipotetizado, uma
relação negativa entre atribuição interna e emoções simpáticas
e uma relação positiva entre esse último e a intenção de ajuda.
Como pode ser observado na Tabela 2, o único coeficiente que
não foi significativo refere-se à relação entre atribuição interna
e emoções simpáticas no tema teatro.
Discussão
O efeito de aspectos cognitivos na produção de estados
Cenários experimentais em comportamento pró-socia
* p ≤
168
emocionais antecedentes do comportamento de ajuda continua
sendo um fator relevante para ser investigado. A descrição de
aspectos disposicionais e situacionais como antecedentes da
avaliação que os indivíduos fazem dos que solicitam ajuda
deve ser melhor explorada, para aumentar nossa compreensão
da relação dos mesmos com emoções antecedentes do
comportamento pró-social. Este trabalho apresentou evidências
destas relações, corroborando o modelo teórico e ampliando o
conjunto de evidências que o sustenta, pois foram produzidas
evidências empíricas com o uso de novos cenários de simulação
experimental.
De forma geral o modelo de Weiner (1980) foi corroborado,
pois o efeito hipotetizado foi observado quando considerado
como moderador o tema do cenário experimental. De forma
geral as relações preditivas do modelo mediacional seguiram o
esperado, pois quanto menor a atribuição de culpabilização maior
a produção de emoções simpáticas em relação ao protagonista do
cenário e maior a intenção de ajudar. Isto também foi corroborado
pela ausência de significância na interação entre as VIs tema do
cenário e atribuição na ANOVA.
Na análise de trajetórias apenas o tema do teatro não obteve
uma relação significativa entre atribuição e emoções, mas a
direção da relação ocorreu conforme o esperado. Considerando
o menor número de participantes neste tema e um coeficiente
de determinação de menor magnitude nesta relação o efeito foi
apenas marginalmente significativo. Estes resultados corroboram
o modelo de Weiner, como vários estudos já o fizeram
(Betancourt, 1990; Meyer & Mulherin, 1980; Reisenzein, 1986),
mesmo com a inserção da variação da categorização social e da
norma da situação emulada no cenário.
Um aspecto merece ser ressalvado no teste do modelo. O
tema aula obteve um índice de ajuste consideravelmente ruim,
bem abaixo dos demais temas. Isto demonstra que os dados
não alcançaram os pressupostos de análise para a estimação por
meio do método utilizado. Isto associado a um pequeno tamanho
amostral resultou em um modelo com grande quantidade de
resíduos, o que deve levar o leitor a avaliar com cuidado o teste
do modelo mediacional para este tema especificamente.
A diferença em relação ao conteúdo dos temas foi relevante
no concernente ao nível de custo pessoal. Como pode ser
observado no resultado da ANOVA e nas médias para cada grupo
experimental (Tabela 1), o custo foi avaliado como algo diferente
em cada cenário. Por exemplo, no tema fila os participantes não
diferenciaram o nível de custo pessoal nos níveis médio e alto,
o que pode indicar que ter um compromisso ou parar em local
proibido possui o mesmo nível de custo pessoal. Já no tema teatro
o custo médio (não ter dinheiro para jantar após a peça) parece
ter sido interpretado como algo pior do que não ter dinheiro
para o resto da semana, pois o efeito previsto foi o inverso do
esperado. Este tipo de ocorrência indica que a interpretação dos
participantes para o custo variou conforme a situação emulada
pelo cenário. Este efeito precisa ser mais bem investigado em
outros estudos que avaliem o efeito do custo pessoal sobre o
comportamento de ajuda, pois a dependência da interpretação
do que seja custo pessoal deve ter uma relação estreita com o
público da pesquisa e com a configuração da situação em que
a ajuda é solicitada.
Aparentemente o efeito de favoritismo endogrupo não foi
corroborado pelos dados empíricos deste estudo. Isto porque
os temas que descreviam indivíduos próximos não tiveram
uma tendência maior de intenção de ajuda. A literatura sobre
processos grupais e comportamento pró-social tem apresentado
evidências de que, em situações diversificadas, a categorização
de exogrupo pode aumentar a chance de ajuda, o que contraria
uma visão que inicialmente foi colocada sobre este fator, quando
os processos grupais começaram a ser aplicados ao estudo do
comportamento pró-social (Stürmer & Snyder, 2010a). Vários
fatores podem estar associados a esta ausência de favoritismo
endogrupo no presente estudo. Sem dúvida um deles diz respeito
a uma limitação metodológica do próprio estudo, pois não foi
prevista uma estratégia para se avaliar o nível de identificação
grupal que os sujeitos produziam em relação ao protagonista do
Figura 1 . Modelo pictórico mediacional da relação atribuição-emoção-ajuda testado por
meio de análise de trajetórias. AI – Atribuição Interna; ES – Emoções Simpáticas; ER –
Erro. O valor 1 refere-se a fixação dos parâmetros de regressão das variáveis observadas
sobre seus respectivos erros.
AI ES AJUDA
ER
1
ER
1
Tabela 2
Coeficientes de determinação da análise de trajetórias em cada uma das sub-amostras dos temas dos cenários
Relações Temas
Anotações Teatro Fila Aula
AI ES -0,20 (p = 0,006) -0,11 (p > 0,05) -0,22 (p = 0,009) -0,27 (p ≤ 0,001)
ES AJUDA 0,46 (p ≤ 0,001) 0,38 (p ≤ 0,001) 0,29 (p ≤ 0,001) 0,39 (p ≤ 0,001)
Legenda: AI – Atribuição Interna; ES – Emoções Simpáticas.
R. Pilati
169
cenário. De qualquer forma, é interessante seguir no processo
de investigação da interação entre o processo de categorização
social e a atribuição como um antecedente de emoções relativas
ao comportamento pró-social. Isto porque estudos recentes
apontam que a frequência de comportamento pró-social não
é afetada pelo processo de categorização social, mas há fortes
indícios de que o tipo de estado emocional despertado é distinto,
pois os membros do endogrupo apresentam mais sentimentos de
compaixão do que membros do exogrupo (Stürmer & Snyder,
2010b). Esta é uma linha de investigação promissora para o
estabelecimento de uma ligação entre dois diferentes níveis de
análise, o que permitirá uma compreensão mais robusta dos
elementos sociais que eliciam o comportamento pró-social.
Em relação à variação da emulação de normas sociais a
partir dos temas dos cenários, o que se observa é que há um
efeito desta variável sobre a intenção de ajuda, pois nos cenários
que apresentam elementos mais salientes de reciprocidade
(por exemplo, anotações e teatro) houve uma tendência maior
de ajuda. Novamente este resultado deve ser interpretado
com cuidado, pois o delineamento do estudo não previu uma
forma de avaliar se os indivíduos assim perceberam as normas
subjacentes aos cenários. De qualquer forma, estudos futuros
devem considerar este aspecto como uma variável independente
relevante para a produção de motivações pró-sociais.
De forma geral este estudo corrobora o modelo teórico
de que a avaliação cognitiva que os indivíduos fazem sobre o
comportamento exerce um efeito significativo para a produção de
estados emocionais que antecedem o comportamento de ajuda,
como previsto por Weiner (1980, 1995). Por outro lado o estudo
também evidencia que há diferenças na interpretação que os
indivíduos fazem dos cenários experimentais apresentados, pois
a intenção de ajuda modifica-se significativamente a depender
do cenário. Isto indica que um grande conjunto de fatores, já
descritos na literatura de psicologia social, exerce um papel
relevante na determinação do comportamento pró-social. Por
este motivo é necessário avançar na compreensão do efeito que
o processo de percepção social tem sobre a produção de estados
emocionais antecedentes do comportamento pró-social.
A literatura em percepção social tem produzido novos
modelos para se compreender a relação do processo atribucional
com o comportamento social (Hilton, 2007). Malle (2004)
apresenta um modelo importante, com base em pressupostos
e formulações teóricas da teoria da mente (Sperb & Maluf,
2008; Tomasello, Carpenter, Call, Behne, & Moll, 2005).
Em seu modelo Malle argumenta que modelos teóricos sobre
atribuição, como é o caso do modelo de Weiner, tendem a
tratar da mesma forma quatro aspectos da explicação do
comportamento que são de natureza distinta. Malle postula que
o comportamento intencional se diferencia significativamente,
em termos de processos de percepção social, do comportamento
não intencional. Os elementos estruturantes de seu modelo
(por exemplo, causas, razões, histórias causais e fatores
desencadeadores) se combinam para a construção de ‘teorias
populares’ de explicação causal do comportamento.
A aproximação dos últimos desenvolvimentos teóricos das
teorias atribucionais ao campo de investigação do comportamento
pró-social é uma forma para se aprimorar a compreensão do
efeito que os aspectos cognitivos possuem sobre a produção
de estados emocionais pró-sociais. O problema da dicotomia
presente na maioria dos modelos e da pesquisa em atribuição
causal, na qual o comportamento é explicado ora por fatores
disposicionais, ora por fatores situacionais, deixa de fora aspectos
importantes de um processo que, como descrito por Malle (2004),
carrega outras nuances. A literatura de psicologia social do
comportamento pró-social ganharia bastante no desenvolvimento
de um modelo teórico que contemplasse o conjunto de amplo
espectro de combinações de fatores utilizado pelos indivíduos
para explicar o comportamento de outros, o que nos permitiria
desenvolver um conhecimento aprimorado sobre o efeito disto
nos afetos antecedentes do comportamento pró-social.
Agradecimentos
O autor agradece as sugestões feitas pelo colega Fabio
Iglesias e por dois revisores anônimos em versões prévias
deste artigo. As sugestões resultaram na melhoria significativa
do produto final. Este trabalho recebeu apoio no CNPq por
meio de auxílio financeiro individual a pesquisador (Processo
400693/2008-9).
Referências
Aarts, H., Dijkesterhuis, A., & Custers, R. (2003). Automatic normative behavior
in environments: The moderating role of conformity in activating situational
norms. Social Cognition, 21(6), 447-464.
Batson, C. D. (1998). Altruism and prosocial behavior. In D. T. Gilbert, S. T.
Fiske, & G. Lindzey (Orgs.), The handbook of social psychology (Vol. 2,
pp. 282-316). New York: McGraw-Hill.
Batson, C. D. (2010). Empathy-Induced altruistic motivation. In M. Mikulincer
& W. R. Shadish (Orgs.), Prosocial motives, emotions, and behavior: the
better angels of our nature (pp. 15-34). Washington: American Psychological
Association.
Batson, C. D., van Lange, P. A. M., Ahmad, N., & Lishner, D. L. (2003). Altruism
and helping behavior. In M. Hogg & J. Cooper (Orgs.), The SAGE handbook
of social psychology (Vol. 1, pp. 279-295). London: SAGE.
Betancourt, H. (1990). An attribution-empathy model of helping behavior:
behaviorial intentions and judgments of help giving. Personality and Social
Psychology Bulletin, 16(3), 573-591.
Cialdini, R. B., Reno, R. R., & Kallgren, C. A. (1990). A focus theory of normative
conduct: recycling the concept of norms to reduce littering in public places.
Journal of Personality and Social Psychology, 58(6), 1015-1026.
de Waal, F. B. M. (2008). Putting the altruism back intro altruism: The evolution
of empathy. Annual Review of Psychology, 59, 279-300.
Dela-Coleta, J. A., & Dela-Coleta, M. (2006). Atribuição de causalidade: teoria,
pesquisa e aplicações. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária.
Dovidio, J. F., & Penner, L. A. (2001). Helping and altruism. In G. J. O. Fletcher &
M. S. Clark (Orgs.), Blakwell handbook of social psychology: interpersonal
processes (pp. 162-195). Oxford: Blackwell.
Dovidio, J. F., Piliavin, J. A., Schroeder, D. A., & Penner, L. A. (2006). The
social psychology of prosocial behavior. New York: Lawrence Earlbaum.
Eisenberg, N. (2010). Empathy-related responding: Links with self-regulation,
moral judgements, and moral behavior. In M. Mikulincer & P. R. Shaver
(Orgs.), Prosocial motives, emotions, and behavior: the better angels of our
nature (pp. 129-148). Washington: American Psychological Association.
Falcone, E. M. O., Ferreira, M. C., Luz, R. C. M., Fernandes, C. S., Faria,
C. A., D´Augustin, J. F., ... Pinho, V. D. (2008). Inventário de Empatia
(I.E.): Desenvolvimento e validação de uma medida brasileira. Avaliação
Cenários experimentais em comportamento pró-socia
170
Psicológica, 7(3), 321-334.
Hair, J. F., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2005). Análise
Multivariada de Dados (5a ed.). Porto Alegre: Bookman.
Hein, G., & Singer, T. (2010). Neuroscience meets social psychology: An
integrative approach to human empathy and prosocial behavior. In M.
Mikulincer & P. R. Shaver (Orgs.), Prosocial motives, emotions and behavior:
the better angels of our nature (pp. 109-125). Washington: American
Psychological Association.
Hilton, D. (2007). Causal explanations: From social perception to knowledgebased
causal attribution. In A. W. Kruglanski & E. T. Higgins (Orgs.), Social
psychology: handbook of basic principles (pp. 232-253). New York: The
Guilford Press.
Koller, S. H., Camino, C., & Ribeiro, J. (2001). Adaptação e validação interna
de duas escalas de empatia para uso no Brasil. Estudos de Psicologia
(Campinas), 18(3), 43-53.
Macrae, C. N., & Johnston, L. (1998). Help, I need somebody: automatic action
and inaction. Social Cognition, 16(4), 400-417.
Malle, B. F. (2004). How the mind explains behavior: folk explanations, meaning,
and social interaction. Cambridge: Massachusetts Institute of Tecnology.
Meyer, J. P., & Mulherin, A. (1980). From attribution to helping: an analysis of
the mediating effects of affect and expectancy. Journal of Personality and
Social Psychology, 39(2), 201-210.
Mikulincer, M., & Shaver, P. R. (2010). Prosocial motives, emotions, and
behavior: the better angels of our nature. Washington: American
Psychological Association.
Moser, G., & Corroyer, D. (2001). Politeness in the urban environment: is city life
still synonymus with civility? Environment and Behavior, 33(5), 611-625.
Penner, L. A., Dovidio, J. F., Piliavin, J. A., & Schroeder, D. A. (2005). Prosocial
behavior: multilevel perspective. Annual Review of Psychology, 56(1),
365-392.
Pilati, R., Leão, M., Vieira, J. N., & Fonseca, M. M. (2008). Efeitos da atribuição de
causalidade e custo pessoal sobre a intenção de ajuda. Estudos de Psicologia,
13(3), 213-221. doi: 10.1590/S1413-294X2008000300004
Reisenzein, R. (1986). A structural equation analysis of Weiner’s attribution-affect
model of helping behavior. Journal of Personality and Social Psychology,
50(6), 1123-1133.
Rodrigues, A., & Assmar, E. M. L. (2003). Influência social, atribuição de
causalidade e julgamentos de responsabilidade e justiça. Psicologia: Reflexão
e Crítica, 16(1), 191-201.
Sampaio, L. R., Camino, C. P. S., & Roazzi, A. (2009). Revisão de aspectos
conceituais, teóricos e metodológicos da empatia. Psicologia Ciência e
Profissão, 29(2), 212-227.
Schmidt, G., & Weiner, B. (1988). An attribution-afect-action theory of behavior:
replications of judgments in help giving. Personality and Social Psychology
Bulletin, 14(3), 610-621.
Shadish, W. R., Cook, T. D., & Campbell, D. T. (2002). Experimental and quasiexperimental
designs for generalized causal inference (Vol. 1). New York:
Houghton Mifflin.
Sperb, T. M., & Maluf, M. R. (2008). Desenvolvimento sociocognitivo: estudos
brasileiros sobre teoria da mente. São Paulo: Vetor.
Stürmer, S., Snyder, M., & Omoto, A. M. (2005). Prosocial emotions and helping:
the moderating role of group membership. Journal of Personality and Social
Psychology, 88(3), 532-546.
Stürmer, S., Snyder, M., Krop, A., & Siem, B. (2006). Empathy-motivated
helping: the moderating role of group membership. Personality and Social
Psychology Bulletin, 32(7), 943-956.
Stürmer, S., & Snyder, M. (2010a). The psychological study of group processes
and intergroup relations in prosocial behavior: past, Present, and Future. In
S. Stürmer & M. Snyder (Orgs.), The psychology of prosocial behavior (pp.
3-10). Oxford: Wiley-Blackwell.
Stürmer, S., & Snyder, M. (2010b). Helping ‘us’ versus ‘them’: Towards a grouplevel
theory of helping and altruism within and across group boundaries. In
S. Stürmer & M. Snyder (Orgs.), The psychology of prosocial behavior (pp.
13-32). Oxford: Wiley-Blackwell.
Tabachnick, B., & Fidell, L. S. (2001). Using multivariate statistics. San Francisco:
Allyn & Bacon.
Tomasello, M., Carpenter, M., Call, J., Behne, T., & Moll, H. (2005).
Understanding and sharing intentions: the origins of cultural cognition.
Behaviorial and Brain Sciences, 28, 675-735.
Weiner, B. (1980). A cognitive (attribution) - Emotion - Action model of motivated
behavior: an analysis of judgments of help-giving. Journal of Personality
and Social Psychology, 39(2), 186-200.
Weiner, B. (1995). Judgments of responsability: a foundation for a theory of
social conduct. New York: Guilford.
Ronaldo Pilati, Doutor em Psicologia pela Universidade de Brasília, é professor Adjunto na mesma
universidade. Endereço para correspondência: Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, Sala AT-
013, ICC/Sul, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília/DF. CEP: 70.910-900. Fone/Fax:
(61)3107-6828. E-mail: rpilati@gmail.com
Recebido em 08.fev.10
Revisado em 03.abr.11
Aceito em 06.jun.11
R. Pilati
Nenhum comentário:
Postar um comentário